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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Tuesday, August 15, 2006

Entrevista para a REVERB

No começo do ano, concedi uma "entrevista" (com mais cara de bate-papo que qualquer outra coisa) para o zine REVERB, do grande Márcio Fernandes.

Como o lance já foi publicado, boto aqui a íntegra da conversa.

Como foi o set da Sonicvolt lá no Goiânia Noise?

Basicamente foi o mesmo do último ano, com os sons do cd "Playing At The Sun", o cover dos Ramones (Now I Wanna Sniff Some Glue) e mais algumas músicas de outras épocas. Conseguimos tocar umas oito músicas em meia hora corrida. Valeu cada segundo e acho que o povo de lá curtiu. Foi divertido pacas! O Márcio Jr. dos Mechanics subiu no palco para cantar junto "Erik Estrada" e dessa vez ninguém teve que ser levado ao hospital como da outra vez, hehehehehe.

E o palco do festival como é?Eu me refiro a equipamento.Funciona tudo direitinho, tipo regulagens da batéra, retorno e troca das bandas?

Tudo perfeitinho. O nível é outro. Não é aquela coisa de "ah, liga ali naquela tomada e pára de me encher o saco" que ocorre muito por aí. Depois dizem que as bandas é que "não são profissionais"... Lá existe uma preocupação para que o grupo chegue, se sinta bem, plugue seus intrumentos e faça o melhor show possível, com a certeza de que há uma equipe de técnicos cuidando de tudo o tempo todo, para que o som chegue redondo ao público e para a banda. A própria organização fica de olho o tempo inteiro para saber se tudo está conforme a banda quer e se não tem caboclo farfalhando e se perdendo. No mais, tudo é definido em horários. Como são dois teatros correndo ao mesmo tempo, enquanto num tem show, no outro a banda está passando o som e assim vai.
Quanto à bateria e regulagens, acho que estava bom pra mim. Como eu só tenho pratos e não pedal de bumbo, caixa e etc, tenho que usar o disponível, e esse estava bem condicionado. Sim, eu sei que sou chinelão, mas esse ano, se tudo der certo, eu consigo depender somente de mim mesmo nesse quesito, hehehehe.

É a segunda vez que a Sonicvolt toca lá né?Como surgiu essa aproximação com a Monstro?

Sim, foi a segunda vez que fomos para Goiânia. O lance com a Monstro vai de uma amizade que temos com o pessoal de lá. A gente se fala via mail, listas (onde nos conhecemos) e nesse esquema todo de bandidagem que é o underground do rock. ehehehehehe Os "marvado" sempre se acham.

Já que falamos em equipamento eu quero aproveitar:Qual é a tua batéra favorita?Pearl, Tama, Premier, Mapex...?

Pois é, como disse acima, não tenho uma bateria... ainda... quem sabe um dia. MAS, quando eu tiver, gostaria que fosse uma Ludwig, mesmo que seja uma da série "essa-é-a-única-que-tu-vais-conseguir-comprar-seu-pobretão". Pratos eu uso um crash Sabian, um signature Virgil Donatti (que tem uma cúpula muito massa), uma condução lá que nem sei o nome da marca e o hi-hat da Sabian. Nem me pergunte modelos e tamanhos que eu não faço a mínima idéia. hehehehe Eu sou um cara fácil de agradar. Se a bateria estiver lá montadinha e não caindo aos pedaços, eu já fico faceiro.

Ainda no ano passado rolou o show com o pessoal da Matanza, né? Como foi tocar com os caras?

Foi massa. Casa cheia em um dia que despencou de tanto chover. Achei que não ia aparecer ninguém, mas atrolhou o Garagem. Excelente! Estávamos no modo "foda-se", pois não sabíamos como o público do Matanza ia responder ao nosso som, mas fomos muito bem recebidos pela galera. Foi um de nossos melhores shows. Acho que a linguagem "rock" sempre vai ter lugar cativo no coração das pessoas, pois independente do estilo preferido de cada um, quando o rock pega, todo mundo entra junto... Sei que esse pensamento é tri "astral", "cabeça" e tal... "sacação" total. hehehehehe Mas é real mesmo. Acredito que se fizermos bem nossa parte, o resto é conseqüência. Não podemos esperar que todos gostem, mas sempre existirão pessoas que bebem cerveja.

Ficou aberta a possibilidade de um show da Sonicvolt no Rio?

Olha, sempre há a chance. Seja por qual porta for. Não conseguimos conversar muito com os caras do Matanza, pois estava cheio pra caralho e os caras chegaram só na hora do show e tal... aí tu podes imaginar: o Garagem apinhado, pingando suor das paredes e os magrões rodeados de fãs. Eu não ia lá encher o saco dos caras... mas depois do show eu consegui conversar com o batera deles. Gente fina. Acho que se formos tocar no Rio numa hora dessas, será por outras vias, mas se rolar com eles novamente, melhor ainda.

Fala um pouco da gravação das músicas novas. Como rolou o trampo com o Thomas Dreher? Ele é "o cara" pra tirar o som da Sonicvolt?

Márcio, foi um COLOSSO essa gravação com o Thomas. O cara simplesmente é o MELHOR produtor musical que eu conheço no Brasil. Ele é o sonho de todas as bandas que não ficam sentadinhas. A gente aloprou pra caralho e o cara nos acompanhou e fez seu trabalho sempre pensando na melhor forma de alcançar o resultado que nós queríamos. Na real, nos reunimos antes com ele, para passar bem direitinho nossa idéia, nossa concepção e a forma que gostaríamos que o trabalho tomasse. Ele entendeu tudo e nos guiou para o resultado. Um produtor de verdade. Ele não tem medo de experimentar e nós gostamos muito disso quando vamos pro estúdio. Em Porto Alegre tem muita gente que se acha "produtor" e tal e ficam naquela mediocridade de "eu li no manual que não se pode fazer isso"... porra, é quebrando os padrões que conseguimos evoluir. Acredito que o Thomas sabe disso e tem esse "norte" no seu trabalho. Não adianta, o cara é um gênio do mal. Ele sabe tirar o som da SonicVolt, mas acho que se falássemos com o Chris Goss (produtor do Kyuss, QOTSA, Nebula, etc) também poderíamos ter um ótimo resultado, hehehehehehe.

Tu gosta de gravar, gosta dessa função toda ou teu negócio é mesmo o palco?

Cada momento é um momento. Curto pra caralho o clima "noturno" de estúdio, o lance de acompanhar o nascimento, gravação e produção dos sons. Muitas boas idéias surgem nesse momento, pois vemos a música além da zoeira de ensaios e tal. Na gravação do split, a gente ficou muuuuito tempo em estúdio. Eu e o Duda fomos todos os dias. Teve uma hora que a gente estava meio de saco cheio, mas bastaram um ou dois dias depois de finalizado pra gente ficar com saudade daquela rotina, hehehehe. Já o palco é aquilo... é ALI! Não há onde se esconder, não há pro-tools ou produtor para te salvar. Ou tu fazes bem o teu serviço, ou vai pra casa ver tv, alugar um dvd, enfim. Eu adoro tocar ao vivo, mesmo que para duas pessoas... Pouco me interessa. Na hora que começa o show é um "bzzzzzzzzz" até acabar. Colosso total!

Eu percebo um crescimento no número de bandas stoner no Brasil.Tua achas que esse número vem aumentando mesmo?E a que se deve isso?

Rapaz, tem muita gente boa ouvindo e fazendo stoner rock atualmente aqui no Brasil. Não sabia mesmo que existiam tantas até o surgimento do site da Planeta Stoner (www.planetastoner.com). Quando começamos com o site, ele ficou circunscrito aos participantes da lista Stoner Brasil do Yahoo e recebíamos apenas algumas mensagens esporádicas e tal. Depois foi crescendo o negócio e hoje estamos bem na foto, ainda que o site esteja meio "largado" porque não conseguimos tempo para atualizá-lo como deveríamos. A comprovação dessa "cena" é o tributo virtual que a Válvula vai lançar agora, chamado "Achados e Perdidos", apenas com covers dos anos 70, tocados pelas atuais bandas de stoner brasileiras. São umas 23 ou 24 faixas, e isso que um monte de gente ficou de fora ainda por cima...
A "cena" está legal. Aqui no sul existem bandas que, se não são stoner de conceito, são assemelhadas e têm o mesmo propósito, que é tocar rock de guitarra enfezada, saca? Tipo a Carbura, Yesomar, Cartel da Cevada, os sempre excelentes Walverdes, a SonicVolt e etcs. Acredito que a formação dessa "cena" se deve ao fato de ter muita gente de saco cheio daquilo que é vendido como "rock" nos últimos anos. É impressionante a diferença quando tu vês um show de uma Pitty da vida e depois pega um trator como os Walverdes, por exemplo. Ali sim, quem não conhece, passa a conhecer o que é ROCK de verdade e passa a separar o joio do trigo.
Até, na buena, não acho que a SonicVolt seja "stoner", mas não temos problema algum em sermos considerados como tal. Acho que somos Colosso Rock, hehehe, ou como dizem nosos lemas "rock puro e sem gelo" ou "mais que uma banda de rock, pratt-camentt uma marca de cerveja", mas "stoner" também está de bom tamanho.

Bom, eu agradeço a entrevista Álcio e deixo o espaço aberto para as conciderações finais.

Valeu Márcio e REVERB pelo apoio e espaço para a SonicVolt! Visitem nosso site (www.sonicvolt.com.br), baixem nossos mp3s (todas as músicas estão disponíveis no site, desde a primeira demo e, na Trama Virtual, nossa parte do split está na íntegra), mandem mail para gente (contato@sonicvolt.com.br), compareçam nos shows, comprem o disco e nossa camiseta, peçam pra rodar SonicVolt na rádio, heheheehe, e ouçam rock sempre no último volume!! Gracias!!! O Diabo Ouve SonicVolt!

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