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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Friday, February 11, 2005

QUEENS OF THE STONE AGE
LULLABIES TO PARALYZE




Já com algumas audições, posso confirmar algumas suspeitas, decepções e alegrias sobre o novo QOTSA.

Quando saiu o primeiro álbum da banda, eu era uma "viuvinha" do Kyuss... aquelas músicas simples, toscas, minimalistas,juntamente com a voz fraquinha de Josh me deram no saco de tal forma que passei a odiar o animal com todas as forças. Foi assim até o show (fatídico) do Rock In Rio 3, em que a banda subiu, com a cara e a coragem para enfrentar o mar de fãs de metal... Tocaram o show inteiro, fizeram a presepada dos capoeiristas e levaram uma "prisãozinha" na bagagem (até hoje Nock deve estar achando que foi uma bad trip, pois os caras foram um dia antes do show num ensaio de escola de samba, com várias passistas nuas... vai saber).

Os caras deram uma aula de paudurismo como fazia tempo que eu não via. Ainda tiveram a amnha de botar um cover do cadáver Kyuss no meio da apresentação. Pronto! Estava na hora de dar a segunda chance pra rapaziada... Dali em diante é só festa!

Se por um lado Rated R é mais "experimental", e Songs For The Deaf é totalmente instantâneo e urgente, LULLABIES TO PARALYZE é uma mescla de tudo que os membros da banda já fizeram, tanto dentro como fora do QOTSA. O clima "Desert Sessions" está muito presente, talvez pelo fato de Nick Oliveri não estar mais nas linhas de frente, berrando que nem louco. As melodias imperam. Boy oh boy... como imperam. Josh Homme está cada vez mais ciente disso e sabe que uma música não se sustenta apenas na porra louquice. Apesar de sua voz ainda precisar de um punch maior em certos momentos, coisas que Nick fazia muito bem, o cara hoje segura numa boa um disco inteiro.

Admito, Lullabies é de longe o disco mais "fraco" da carreira da banda. Mas creio que a antecipação e pressão sugeridas pelo fantástico SFTD, fazem com que tenhamos essa idéia "errônea". Por quê as aspas? Pois o disco é bom pra caralho!!! Causará rachas e divisões nos fãs da banda. Creio que não alcançará sucesso comercial. OMERCIAL eu disse.

Tá, mas e o disco?

Eu tinha que fazer essa intro antes, pois o QOTSA é uma banda que requer várias audições antes de se chegar a um veredito. Tenho certeza que esse disco ainda crescerá a medida que eu o escutar mais. Estou ouvindo nesse exato momento e ele me parece ainda melhor que antes. hehehehehhe

Faixa-a-faixa então para não deixar nada de lado aos amigos Volume Quatrianos!!!

THIS LULLABY - Violão e banquinho com Mark Lanegan sussurrando uma melodia de arrepiar os cabelos da nuca. Deus, como esse cara canta!!!! Que emoção!! Foda.
MEDICATION - Após a intro "canção de ninar", a guitarra nervosa de sempre de Josh entra comendo! Típica música do QOTSA, lembrando Regular John (do primeirão) e Millionaire (SFTD). Música de efeito imediato. Chapa antes de inalar.
EVERYBODY KNOWS THAT YOU ARE INSANE - Começa viajandona, como um disco do Masters Of Reality e Zeppelin, embarcando na seqüência numa levada tipicamente QOTSiana (belo trabalho do experiente batera Joey Castillo). Letra excepcional (Josh além de aprimorar sua guitarra, está melhor letrista do que nunca).
TANGLED UP IN PLAID - Mais uma daquelas músicas que só o QOTSA consegue fazer. Estranha, com pianos macabros e sentimento "de-pé, na-noite, sob-a-luz-de-um-poste-solitário-no-meio-de-um-inferno-alcóolico". Refrão marcante, com ecos sinistros.
BURN THE WITCH - Com a presença do mago Billy Gibbons (ZZ Top) e Mark Lanegan (pra quem caiu fora da banda, o hômi até que participou de bastante coisa em Lullabies). Música hipnótica, com guitarras marotas e refrão etéreo. Gibbons fica só no slide malvadão.
IN MY HEAD - Essa já era conhecida, tanto para quem possui os volumes 9 e 10 das Desert Sessions, como para os jogadores de Need for Speed Underground 2. Refrão "larger than life" e melodia crescente e apoteótica. Lembram quando falei que Josh estava bom de melodias? Pues, eis aqui um ótimo exemplo do assunto.
LITTLE SISTER - Outra já conhecida dos fãs mais afoitos. Primeiro single e com toda a razão. Perfeita para o riscado. Catchy ao extremo. Refrão fodão: porrada e melódico na medida exata. Um colosso!!!
I NEVER CAME - Eu ainda não sei se esta música é um cover, pois a melodia não me é estranha. Balada sentida e bela. DETALHE: balada no bom sentido, nada daquelas coisas que o Angra, Shaman, Stratovarius, etcs, faz. Lembra as belas harmonizações do U2, principalmente na guitarra emotiva.
SOMEONE'S IN THE WOLF - Mais de sete minutos de uma música praticamente prog, cheia de nuanças, mudanças e tempos quebrados. Talvez um dos momentos mais chatinhos do álbum. A música não me pareceu ir para lugar algum, auto-indulgência pura.
THE BLOOD IS LOVE - Início "circense" que descamba para mais quase sete minutos com o mesmo riff... mudam as variações, começa hipnótica, vira valsa, vira rock... vira-vira-vira... Tipo, a seqüência mais chata do álbum, quase quatorze minutos da supracitada auto-indulgência. Eles podem? Talvez, afinal a quantidade de boletas deve ser grande, o que justifica as viagens repetitivas. Para mim ficou chato.
SKIN ON SKIN - Guitarra saturadíssima e abafada (meio industrial, ouso dizer), com vocal "falseteado" de Josh. Se por um lado ela quebra a xaropagem comprida das músicas anteriores, por outro acaba irritando com a melodia desconstruída e cheia de "farfalhações". Não curti.
BROKEN BOX - Essa sim põe o disco de volta nos trilhos. Uma cruza maravilhosa de Zeppelin (Boogie With Stu) com Stooges (pianinho marotíssimo). Grande melodia e grande refrão. Uma das melhores músicas. Não é stoner rock, mas é rock chapado, com certeza! Dizem que a tal de Shirley Manson do Garbage canta nessa música, mas deve estar muito escondida.
YOU'VE GOT A KILLER SCENE THERE MAN - Música com clima "The Cure" e, vai entender, Terrorvision. Conhecem Terrorvision? Grande banda bretã dos anos 90. N'outro post falo sobre os caras. Música interessante, meio cool. Esqueça as palmas para acompanhar a batida, estale os dedos.
LONG SLOW GOODBYE - Final viajandão e com várias referências (Beatles, Masters Of Reality, Neil Young, Mark Lanegan, Screaming Trees, grunge, pop...). Um belo encerramento de álbum.

Enfim, essa a minha opinião no geral. Semana que vem provavelmente já pensarei diferente, mas agora eu diria, e repito: muito bom disco, ainda que inferior aos anteriores.



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Em tempo, MARADONA...

...Esse não toma Coscarque.

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