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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Wednesday, October 11, 2006

Crtl+C e Ctrl+V

Segue um post do blog Gabinete Dentário que achei excelente (aliás, esse blog ae é massa!) sobre essas eleições e algumas colocações bem pertinentes a respeito da segurança pública:

Como não pretendo votar nunca mais, obviamente não vou votar no segundo turno.

Na eleição presidencial é fácil manter a decisão. Lula x Alckmikn é apenas a luta para ver quem vai manter a atual política econômica e nos próximos quatro anos queimar mais ou menos 20% do PIB em juros da dívida interna. Mas na eleição estadual, se eu votasse, votaria em Olívio Dutra.

A razão disso se chama José Paulo Bisol. Este foi secretário de Segurança de Olívio Dutra. Teve uma passagem tumultuada pelo cargo, mas teve o mérito – único entre os secretários que já vi ou entrevistei – de dizer a verdade: o maior problema da segurança é a polícia.

No documentário ônibus 174, há um momento em que um tenente da PM do Rio diz a maior verdade de todas sobre segurança pública, algo mais ou menos assim:

– A polícia é formada por gente que não teve capacidade de conseguir outra profissão.

O tenente sabia disso, Bisol publicamente dizia mais ou menos isso, o que revoltou a polícia e a mídia gaúchas. Para justificar a incompetência policial, criou-se a retórica do "desmonte da segurança pública". Tratava-se de um secretário – acusavam – que desprestigiava o trabalho da polícia. Em resposta, os policiais não trabalhavam direito. Como – cobravam – iriam trabalhar nessas condições?

Pois veio o governo Rigotto e o novo secretário, José Otávio Germano, fez questão de ir na direção oposta: a violência só havia piorado porque os policiais não se sentiam prestigiados (sem que ninguém, claro, fizesse nenhuma crítica ao fato de gente ter morrido ou ficado sob a mira de armas porque os policiais estavam de birra). Foi tudo o que queriam ouvir aqueles que adoram ver um diferencial de qualidade em qualquer coisa do Rio Grande do Sul. Agora a polícia iria trabalhar. Todos esperaram os índices de violência baixarem.

Nesta mesma gestão eu fui assaltado três vezes em oito meses. Os assaltos ocorreram em dias e horários diferentes, um deles dentro de um bar, numa sexta-feira à noite, a mais ou menos dez quadras de um batalhão da polícia militar. Em todos os ladrões tiveram a tranqüilidade de fazer reféns. Em todos a polícia foi chamada com uns cinco minutos de assalto. Em todos só chegou pelo menos quarenta minutos depois. Em um deles a única pessoa a me apontar uma arma foi um policial, quando fui abrir a porta depois da fuga dos bandidos. Eu devia mesmo parecer perigoso. Afinal de contas estava desarmado e trazia um chaveiro nas mãos.

Aqui mesmo onde moro, no raio de um quilômetro ocorreram dois assassinatos em 2005. A uma quadra aqui de casa outras duas pessoas foram baleadas ao meio-dia em um assalto. Em todos os casos há uma falha da polícia para se apontar (falta de policiamento ostensivo, demora para atender ocorrências, negligência em deixar criminosos circularem armados pelo bairro, falta de blitz, já que há apenas duas grandes vias de acesso ao bairro por ônibus). Em todos, no entanto, Germano saiu em defesa da polícia. Quando um adolescente foi morto por causa do tênis, chegou ao absurdo de pôr a culpa na vítima. Quando policiais invadiram a casa de um agricultor, pensando ser um cativeiro de seqüestro, e deram um tiro no peito do dono da casa, que viu a invasão e pensou ser um assalto, pegando uma faca de cozinha para se defender (a polícia não se anunciou ao entrar no local), Germano mais uma vez culpou a vítima.

Mas Germano não está sozinho. Apenas foi o aplicador de uma política clara que marca o antipetismo no estado: a negativa completa, total, irracional, de que a polícia gaúcha pode ter problemas. E qualquer política de segurança pública que não trate a polícia aos pontapés está destinada ao fracasso. Mesmo que os policiais a sabotem, a população sai no lucro. Na situação atual, é pior quando eles querem trabalhar.

Em qualquer empresa chefes são exigidos para conseguir resultados, com cobranças, críticas e até demissões, se necessário. No Rio Grande do Sul, nos últimos quatro anos, a prática foi na direção contrária: a polícia, coitada, não tem culpa de nada. É "valorosa" e "esforçada".

Engraçado que eles nunca usem o termo "competente".

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