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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Thursday, September 14, 2006

Masters of War

Em tempos de caos, descrédito e total falta de perspectiva, nunca essa estupenda música de BOB DYLAN soou tão perfeita. A leitura de uma letra desse vigor deveria tomar alguns vários minutos de sua vida, mas não exijo isso. Peço apenas aos amigos e caros leitores desse blog que leiam na buena. Não olhem ao significado que salta aos olhos, mas absorvam as palavras como um quitute exótico e de gosto único, do tipo que pode mudar seu paladar para sempre. Não olhem apenas para a aparência mais óbvia de uma letra sobre "guerra", mas incluam aí os "senhores e mestres do mundo" (políticos, executivos que ganham milhões às custas de um trabalho sofrido, igreja que não olha por seu rebanho e pensadores que nada fazem a não ser sentar sua bunda e ditar coisas que os outros poderiam fazer, eu, você e outros milhares de outros exemplos que sei bem que vocês podem trazer).

Pensem...

Venham seus senhores da guerra
Vocês que constróem as grandes armas
Vocês que constróem os aviões da morte
Vocês que constróem todas as bombas
Vocês que se escondem atrás das paredes
Vocês que se escondem atrás das mesas
Eu só quero que vocês saibam
Que eu enxergo através de suas máscaras

Você que nunca fez nada
A não ser criar para a destruição
Você brinca com meu mundo
Como se fosse seu pequeno brinquedo
Você coloca uma arma em minha mão
E se esconde da minha vista
E se vira e corre longe
Quando as rajadas de balas voam

Como um Judas do passado
Você mente e engana
Uma guerra mundial pode ser vencida
Você quer que eu acredite
Mas eu enxergo através de seus olhos
E eu enxergo através de sua mente
Como enxergo através da água
Que escorre pelo meu ralo

Vocês aprontam os gatilhos
Para os outros atirarem
Então vocês se afastam e assistem
Enquanto a contagem dos mortos aumenta
Vocês se escondem em suas mansões
Enquanto o sangue dos jovens
Escorre pelos seus corpos
E são enterrados na lama

Vocês jogaram o pior dos medos
Que possa ser lançado
Medo de trazer crianças
Para o mundo
Por ameaçarem meu filho
Ainda por nascer e sem nome
Vocês não valem o sangue
Que corre pelas suas veias

O quanto que eu sei
Para falar fora de hora?
Você pode dizer que sou jovem
Você pode dizer que sou inculto
Mas há uma coisa que eu sei
Embora eu seja mais novo que você
Até mesmo Jesus jamais poderia
Perdoar o que você faz

Deixa eu te fazer uma pergunta
Será que seu dinheiro é mesmo tão forte?
Poderia comprar seu perdão?
Você acredita que pode?
Acho que irá descobrir
Quando sua morte te encontrar
Que todo o dinheiro do mundo
Não comprará de volta sua alma

E eu espero que você morra
E sua morte logo virá
Seguirei seu caixão
Na tarde pálida
E assistirei enquanto eles lhe abaixem
Para seu leito de morte
E ficarei de pé sob seu túmulo
Até ter certeza que estás mesmo morto


O voto dessas eleições é uma arma e ela vai com certeza disparar em nosso próprio pé.

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