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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Monday, October 16, 2006

Ora pois...

Algumas semanas atrás, estava conversando com o Duda sobre aquelas bandas que "revolucionaram" (as aspas servem para o entendimento "para o bem ou para o mal") a música em eras sem internet.
Lembram-se dos anos 80/90? Fãs de estilos ficavam órfãos durante anos a fio, esperando pela salvação, que vinha pelas mãos de um Guns'N'Roses, Faith No More, ou Nirvana, para citar alguns exemplos. Até então, a música toda se voltava para o estilo em voga.
Sabíamos que uma grande banda surgiria, mais cedo ou mais tarde, e enterraria sem cerimônia o padrão. Foi assim com os já citados, e foi assim com várias outras no passado.
Mais recentemente, nenhuma banda realmente se destacou a ponto de ser lembrada para o futuro como um novo paradigma musical. Alguns podem até citar Prodigy, Radiohead ou, até, QOTSA... exageros à parte ao meu ver, pois o Prodigy, p. ex., foi importante naquele momento, mas não soube manter a sua aura, o Radiohead é cerebral (ou chato) demais e o QOTSA foi uma tentativa, chegando até a ser rotulado de "o novo Nirvana" (aliás... esses "novos-alguma-coisa"... faça-me o favor sr. Crítico) por uma revista nacional...
Não duvido da importância dessas últimas, sendo que, no meu caso, me interessa o QOTSA (apesar de ultimamente até ter ouvido alguma coisa do Rádiocabeça e láááá longe ter achado interessante), mas sei que eles não são uma banda "salvadora".
Então, o que fazer a respeito disso?
Pois bem, voltando então, percebemos como hoje em dia não somos mais órfãos dos estilos que nos agradam. A internet fez o favor de trazer todos para o seu lado, a hora que você quiser, sem ter que se preocupar com revistas, regras de críticos e taxas de importação. Ou será que você sente falta de ouvir o que te agrada? Temos aí My Space, You Tube, sites oficiais melhorados e tecnologia o bastante para te deixar com todo o material de uma banda em questão de horas!
Não acho que uma nova banda revolucionará como aquelas de outrora. Até porque não sofremos mais da falta de informação de novidades e obscuridades. Em contrapartida, nunca a música esteve tão banalizada... aquele tratamento digno de tesouros que dávamos a discos piratas e importados nos anos 80, hoje não passa de uma história que o vovô conta sempre nos almoços de domingo. Temos uma quantidade tão grande de informação que absolutamente tudo pode passar pelos nossos dedos sem que percebamos. Alguém deve estar ganhando dinheiro com isso... sem dúvida...
Do velho conhecido modus operandi das coisas, temos um mainstream caduco e turrão lutando desesperadamente contra o fim de seu reinado. Por outro lado, temos uma cena independente cada vez mais livre do "grande esquema", mas se prendendo cada vez mais em suas próprias regras, dogmas e clubes fechados.
Será que ainda reconheceremos uma grande banda, inovadora e única? Será que teremos condições de encontrar o Graal, mesmo que ele seja posto em nossas mãos? O excesso nos tornou cínicos e pseudocelebridades, enclausuradas em nosso próprio mundo. Nunca estive tão musicalmente bem servido como nos útlimos anos, em compensação, nunca estive tão descrente na música como arte como nos últimos tempos...

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