Goiânia Noise - Segundo dia
Pues
Antes de seguirmos adiante, vou apenas fazer um rápido adendo ao primeiro dia:
Quando saímos à tarde para explorar o centrão de Goiânia, descobrimos que a cidade deveria ter um bairro chamado "Bradesco", pois, de uma hora pra outra, na busca de apenas uma agência desse banco, apareceram umas seis... viagem...
De tanto caminharmos em lojas de equipamentos musicais (Durs não se conteve e teve que comprar um brinquedinho novo) acabamos secos por uma ceva bem gelada.
Ô coisa difícil que foi achar um bar com ceva em Goiânia!!!
Acabamos num "buiaco na paiede", um bar encravado entre lojas. Além de vender bebidas, tinha um stand fashion para venda de perfumes. Um colosso. Ainda mais depois que a ceva teve que ser LIMPA com um paninho para tirar o SANGUE que estava nela... provavelmente o véio lá usa o freezer para a carne e para a ceva (ou para algum cliente palhaço que fica tirando sarro de seu stand de perfumes), desliga durante à noite e de dia precisa tirar os coágulos das bebidas...
SANGUE!!!!
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dAY tWO
Prattcamentt não dormimos. Todos capotaram depois das seis da manhã (exceto eu que acho devo ter tido uma horinha a mais de sono que os demais) e nos levantamos às dez horas, ainda a tempo de pegar a rebarba do café da manhã do hotel. O tio do café já estava desesperado tirando tudo e os podrões chegam lá "deixa aí, tio". Phoda.
Encafezados e atrás de uma fita de vídeo para gravar o show, entramos numa galeria que faz a nossa Galeria do Rosário parecer uma loja de grife. Colosso... aquela cidade não parava de tocar essa tal banda Calypso... puta que pariu, que troço mais trash esse Calypso... Imagino que o "festival dos inferno" deva reunir o Latino, Júnior em carreira solo e Calypso.
No sabadão não almoçamos com as bandas, pois ainda estávamos com o cafezão entalado na garganta. Porém, eu acabei indo num esquema de alimentação natureba que tinha perto do hotel (nota importante: os roqueiros de hoje são todos movidos a açaí e coisas naturebas... quase ninguém ficava desesperado por cerveja - que nem nós - e quase ninguém comia podreira - que nem nós -, só produtos naturébs) e encontrei 3/4 da Kratera cuidando de sua saúde no barzinho do açaí, ehehehehehhe. Acabei me matando num suquinho excelente de abacaxi.
Pausa para o soninho da tarde, almoámos uma massa à bolohesa do hotel mesmo (um colosso de gostosa, devo dizer!!) e começamos a nos preparar para o show.
Claro, lembrem-se que o dia 04 de dezembro foi a final do campeonato brasileiro de futebol. Um dos jogos finais era Corinthians e Goiás, EM GOIÂNIA. Aquela cidade ficou infestada de corintianos malucos. Alguns deles pararam no bar da chapa-quente-com-cebola da noite anterior e começaram a entoar os hinos de estádio e hinos do Corinthians... puta merda... Alguns deles chegavam a chorar enquanto cantavam, beijando o brasão do clube... Sei lá, eu que cago e ando para futebol, acho esse fervor todo deveras patético, mas, até aí, eu quase chorei vendo o Kiss (decadente e podre pra caralho) aqui em Porto Alegre, cinco anos atrás... então... heheheheheh.
No meio daquela gritaria de hinos, Dudurs, nosso eloquente baixista colorado, foi pra janela do hotel e esticou sua camiseta do Inter para fora... o que gerou uma certa comoção e gritos pouco educados e pacíficos para nós. Pouco depois, no mesmo hotel, o Frank Jorge botou sua camiseta pra fora também, o que gerou os mesmos apupos... Estava certo de que quando botássemos nossas fuças para fora do hotel, iríamos apanhar até virar fumaça, mas, nada aconteceu, os caras foram embora antes e o silêncio imperou. Ufa.
HORA DO IRMOS PARA O SHOW!!!
Colosso, adrenalina pegando e todos enfiados na van.
Sim, era o dia do show da SonicVolt, em Goiânia, cidade quente e tudo mais, com pouca chuva... adivinhem?
ÓBVIO que choveu... Choveu fraco, choveu forte, garoou, choveu de lado, choveu de baixo... puta que pariu!!!!!!! Novamente a cena do carro da Família Adams materializou-se na minha cabeça.
Claro que foi público, teve bastante gente, mas, certo, se não chovesse, teria ido o dobro de caboclos, com certeza, se não mais... Foda. Ao menos, todos os shows ficaram lotados, e isso foi massa.
Mais óbvio ainda foi que, ao terminarmos nosso show, saímos para a rua e nenhuma gota de chuva mais se fez presente em Goiânia...
Enfim, mas e os shows?!?!?!
Eis os que vi e os que merecem algum comentário:
Baba de Mum-Rá: Profano bodecore. Letras singelas e amorosas como "dinamite no cu do Edir Macedo", gritarias, heresias, vocalista podrão vestido de padre dos infernos rasgando foto do papa... teve de tudo. Acho divertido esse tipo de som, mas cansei rápido.
Revoltz: Pra quem gosta de tudo que a cartilha indie dita, um prato cheio. Pra outros que nem eu, roqueiro véio podre, o som dos caras não me agradou.
Desastre: Banda punk, com lances glam, discurso anti-sistema e politizado e final com cover de Breaking The Law do Judas.
Kratera: AGORA VAI!!! Já tinha assistido o show deles em Floripa, quando tocamos com os caras e os Capangas no Drakkar. Mas agora, não tinha ninguém doente e todos estavam faceiros para o show!!! O Kratera faz um lance meio stoner, 70, doom, Acid King, Electric Wizard. Sendo assim, me diverti às pampas e cantei junto "Felicidade Química", "Sol em Tablete", entre outras. Numa nota pessoal, devo dizer que a batera Cris é uma das melhores bateras desse país!! Rapaz, a menina soca, espanca, destrói aquelas peles, e sempre na cabeça do tempo. Puta que pariu!!!!!!!!!!!! Para os bateristas e leigos de plantão, não é muito fácil manter uma batida lenta, com groove e pegada. A tendência sempre é de acelerar. É necessário um controle incrível para manter aquela pegada nos sons mais lentos e pesadões e isso ela faz perfeitamente! Colosso! Já "os outros", heheheheheheh, são um PETÁCULO à parte: Thanira canta pra caralho, já disse e repito, baita vocalista e com uma postura de palco muito afudê; Gastão parece que está constantemente levando choque, hehehehehehe, pirando afú e mantendo o groove com a batera (aliás, pirando tanto que quase meteu o baixo na cara de algumas pessoas no público algumas vezes, heheheheheheh); e o "cidadão Galináceo" é um sujeito SENSACIONAL, SENSACIONAL!! Com sua guita de Zakk Wylde (o popular Zacarias Selvagem, ou tio Zaca para os mais íntimos), arrancou excelentes riffs e solos.
Enfim, chega de rasgação, certo? Mas eu precisava falar isso: o Kratera é foda. O diabo ouve Kratera (e Mechanics, MQN, Forgotten Boys, Capangas do Capeta, Walverdes, jazz, entre outros hits, hehehehehe)!!!
SONICVOLT - DESPUES EU CONTO!!!
Quando terminamos de tocar, precisávamos guardar tudo, assim perdemos o show do Tomada, que parecia ser afudê. Os caras fazem aquele rock beeeem brasileiro dos anos 70, tipo Made In Brazil e tal.
Trissônicos - Banda punk rock, com influências de surf music e tal. Muito bacana, curti e me diverti.
Z1bi do Mato - Ou, Zumbi do Mato. Rapaz, eu ainda não sei o que falar desses caras. Em disco, acho uma bosta, mas ao vivo, os caras põem todas as pulgas possíveis atrás de sua orelha. Som intrincado, doido, fodido e bom pra caráleo. Confesso que demorei pra sacar a vibe dos caras, mas depois foi só alegria. Não fiquei o show inteiro, também não sei se serve para melhor show, mas com certeza é um daqueles que te põem pra pensar depois.
Violins - Boring fui tomar cerveja e conversar com os amigos, "repercutir" um pouco, hehehehehe.
Frank Jorge e Plato Dvorak - Um show que, infelizmente, não engrenou muito em Goiânia. Não sei se o povo estava cansado, ou se é uma daquelas coisas que só funcionam em solo gaúcho. Não sei ao certo, mas eu achei interessante.
Zumbis do Espaço - Podre de cansado, vi um trechinho do show dos caras. Não gosto muito da banda, apesar de adorar Misfits, como eles. O vocalista parecia um xerife de cemitério e dava uns tirinhos com a mão cada vez que a música começava... vários "ôoooôs" e "eu virei um mutante" depois, decidi que era hora de ir pro hotel. Ainda tinha mais um dia e eu estava cansado.
Durante os shows, ainda confraternizamos pra caralho com as bandas, rimos às ganha e pude conferir roqueiros malucos arquitetando um plano de ir tomar um ENSOPADINHO às quatro da manhã. heheeheheheh
No hotel, ficamos no saguão mesmo, bebendo e batendo papo com o pessoal das outras bandas. Elemento Galináceo desceu de seu quarto e ficou por lá alegrando a rapeize.
Agora, excelente foi que às cinco da manhã, um magrão de alguma banda carioca começou a enviar torpedos de celular para a moça que cuidava das ida e vindas da van (grande Jú!), perguntando se ela queria subir, se ela podia conversar com ele que ele queria conhecê-la melhor e tal... Tentamos convencer o magrão a descer para falar com ela, enquanto nos escondíamos com a idéia de apareecr do nada, tirando fotos e jogando ceva no caboclo. Mas não funcionou, ele deve ter notado que havia sacanagem na parada, heheheheheh
Às seis horas da manhã, o café do hotel abriu (aí o tio do café não precisou ficar nervoso). Nos atracamos nos pãezinhos, bolos e etcs e fomos todos faceiros e felizes dormir.
fim do segundo dia....
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