Ser ou não ser...

Clutch

Pues que ouvi o novo álbum do Clutch, "Robot Hive/Exodus".
Além do fato dele ser EXCELENTE E UM DOS MELHORES DISCOS DO ANO, uma questão veio à minha cabeça:

Reclamamos sempre das bandas que povoam o tal de mainstream: são sem graça, sem inspiração, sem sal e sem vergonha na cara. Bandas como o Clutch, vivas há mais de dez anos, fazendo som que realmente presta e inovador, jamais conseguirão um pouco mais de atenção, mesmo que em turnê com medalhões. será que somos nós que contribuímos para que tudo fique como está? Ou será que uma banda como o Clutch REALMENTE NÃO SE IMPORTA com outra coisa que não seja MÚSICA?

Vejamos outros exemplos:

Kyuss - Banda original do "bam-bam-bam" Josh Homme. Acabaram em 1995, não por brigas, mas porque previram que o seu futuro estaria fadado à uma mudança de estilo e "contrato" com a gravadora. Destruíram a banda antes de vender sua alma para o diretor de uma Sony qualquer. Conseguiram status de cult e cool para sempre por conta de seu legado e atitudes. (Também houve um problema com a gravadora, sobre a promoção de seu último disco, mas isso não os impedia de continuar com a banda.)

Jane's Addiction - Na primeira vez que acabaram, após o lançamento do "sucesso" (entre aspas pois não vendeu mais que um "Appetite For Destruction" ou "Thriller", por exemplo...) "Ritual De Lo Habitual", o motivo era que não sabiam mais para onde ir com sua música. Encerraram a atividade pelo simples fato de não verem mais porque continuar, pois, provavelmente, iriam se repetir ou cagar no patê (como no disco de seua "volta").

Faith No More - Não houve banda no mundo que alncaçado a atenção de todos para o sucessor de um disco bem sucedido ("The Real Thing"), para lançar um disco completamente pirado e brain-fucker. Os caras aproveitaram a oportunidade de estar no mainstream e lançaram um disco para simplesmente foder com a cabeça de seus fãs! O que poderia se esperar na época? Que os caras fossem amansar o som e ficar de quatro; mas não, vieram sons como "Caffeine", "Jizzlober", "RV" e "Crack Hitler". "Angel Dust", ainda que aclamado, afastou aqueles que esperavam por uma nova "Epic". Ponto para o FNM, que aproveitou a chance de realmente colocar algo INOVADOR e apavorante na frente de um público médio. Depois fizeram mais dois discos, mas nada que alcançasse tal façanha.

Tenho certeza que você pode pensar em mais algumas bandas que passaram por situações parecidas, mas não encontrarás muitas.

Voltando agora:

Bandas como o Clutch não vão fazer esse sucesso todo, pois sua música não é adolescente; não é para imbecis que misturam "atitude" com "imagem"; mas sim, para quem entra em seu mundo, e de lá não quer mais voltar.

Então, pensamos novamente: "por que diabos esses caras não são idolatrados?!" Pergunta certa, mas para as pessoas erradas. Eles têm a fidelidade do público, sim, mas a fidelidade de quem realmente se importa. Acho que isso é uma conquista muito maior do que vender cinco milhões de álbuns para um público que, daqui a seis meses, vai trocar seu cd por quem o "ultrapassou".

Poucos em número? Não. Muitos em consideração real e honesta.

De que lado você prefere estar?

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Porto Alegre

Como eu não tenho lá muita pressa para ir para o Céu mesmo, não vou ficar aqui posando de "humilde" e "gente fina". Eu sei ser fdp quando quero, e acho que a cena porto alegrense está precisando de alguém com o espírito "Lester Bangs": alguém que não tenha medo de mexer nesse excremento todo, para limpar os tubos das impurezas e desafogar a merda que está saindo dos estéreos da rapaziada.

Será que eu falo sobre a cena local?

Opine:

a) Cala a boca, não mexe em vespeiro;
b) Fala, mas tu sabes de quem não podes falar, certo?;
c) Mas o rock gaúcho já não morreu?;
d) Finalmente alguém disposto a colocar os pingos nos "i"s;
e) Desembucha, desgraçado!