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Eu sei de mim, de mim sei eu. Ainda bem. Um blog solo de Álcio e Suas Vozes Na Cabeça.

Tuesday, May 08, 2007

E no 5.629.865.296.369.571° dia...

Deus permitiu que os Stooges lançassem seu disco de retorno, "The Weirdness".



Ora pois, então...

Tentei fugir ao máximo de escrever sobre esse álbum tão antecipado, por mim mesmo, aqui nesse blog e entre os amigos (as). Certo do risco que corro, vou em frente.

O disquinho vazou na internet ainda em fevereiro (se não me engano). No primeiro dia, escutei-o umas três vezes seguidas; mais uma ou duas vezes alguns dias depois; e agora, enquanto digito. Seu lançamento oficial se deu no começo de março. O disco da volta. Dos Stooges. Com o Iggy. Iggy Pop. Mais dois remanescentes. Os irmãos Ashton. Com o mike Watt no baixo. Stooges. Não é iggy & The Stooges. Só The Stooges. Disco novo. Quase trinta anos depois. The Weirdness. Do Iggy e os dois...

HEY, QUEM ME JOGOU ESSA GARRAFA!!

Ok, estou tentando não enrolar, mas eita tarefa complicada...

Quando "My Idea Of Fun" caiu na rede, as opiniões se dividiram tal qual o mar aquele em que passaram os judeus na Bíblia e em outros contos desses. Mas, após várias escutadas, quase todos acharam o som legal. E é legal! Convenhamos! "My idea of fun is killing everyone"! Letra básica... como "now i'm ready to close my eyes and now i'm ready to close my mind" ou "no fun to be around walking by myself". Opa, coisa boa por aí!

Chega o resto do cd... é tarefa doída dizer que o disco não entregou o que prometia, mas, pollyanamente falando, ainda é um disco de ROCK em um momento em que ninguém com "espaço na mídia o bastante" tem culhão o bastante para querer soar sujo e mal gravado. Lá estão os erros dos velhinhos (mais notadamente algumas viradas de batera de Scott Ashton - o mais visualmente sequelado de todos), desafinos do tio Iggy (provavelmente gravando pulando ou algo assim), a guitarra rasgante de Ron Ashton dando conta do recado no álbum inteiro (ponto forte ao meu ver) e a discrição (se não dissessemos, passaria desapercebido) de Mike Watt no baixo. Tudo como era esperado... mas, ironia do destino, um álbum não se faz só de lendas, mas de músicas boas. "The Weirdness" ficou devendo nesse ponto.

Novamente, como tenho a coragem de escrever isso?! Se por um olhar frio meu (temperatura subzero, para ser mais exato) o álbum falha em ser "bom", por outro, na buena, eles ainda precisam provar alguma coisa para mim ou para quem quer que seja? NÃO, claro que não!!! Contente-se!!

É estranho também pensar que as melhores músicas novas que os Stooges fizeram acabaram saindo no último trabalho solo do Iggy (Skull Ring): "Little Electric Chair", por exemplo, é de arrancar o sujeito de seus calçados! A turnê da volta dos caras então, nem se fala! Shows memoráveis, verdadeiras aulas para essa piazada que acha que sabe alguma coisa de rock.

Posso me sentar aqui e dizer, como um crítico indie metido a besta qualquer, que a banda poderia ter poupado tempo e grana em gravar um álbum novo para fazer um bom cd/dvd ao vivo com o registro dessa turnê (pois aquele show da Creem Magazine, se por um lado combina com a estética "tosqueira", por outro tem o som horroroso mesmo).

E agora?

Agora é o seguinte: indique esse disco para quem precisa: seu sobrinho, primo, irmão pequeno do quarto casamento de seu pai, enfim... As chances de adorar o cd são muitas. Numa dessas você consegue corromper a criatura e fazê-lo cair no rock de vez.

Tudo bem, agora a "assoprada no dodói": se "The Weirdness" tem músicas bem chatinhas como a faixa título, "Passing Cloud" e "Free & Freaky In The USA", também tem uns sons bem legais como "Greedy Awful People", "Trollin'" e "I'm Fried", onde o couro come!

Conclusão meio perdida (na real quero acabar logo com esse texto antes de me comprometer demais, hehehehe): Essa voltas de bandas clássicas são sempre perigosas. Nosso padrão é ditado por algo que aconteceu há trinta anos atrás. Sorry, mas as pessoas mudam... e muito! Esperar um disco "como naquela época" seria estupidez elevada a categoria de arte. Mesmo que "The Weirdness" resgate muita coisa, não soaria jamais como os clássicos. O que fazemos então? Ouça o cd, queime um cd-r com as melhores (subjetivamente falando, claro) e DIVIRTA-SE! Deixe as pendengas de "bom" ou "merda" para a Bizz e a Rolling Stone se pegarem.

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